segunda-feira, 11 de outubro de 2010

12 de outubro

A comemoração do dia das crianças sempre despertou, e vai continuar enquanto eu viver, uma atração especial. Hoje talvez, por ainda enxergar no olhar de uma criança a veracidade de um sentimento que anda em falta no mundo atual: a pureza.

Da minha infância, trago toda minha base da minha personalidade, medos, vitórias, ideias. Dela, trago ainda e também, o registro das sensações mais preciosas, como a de sentir o cheiro do sertão e o vento quente no rosto em uma viagem de férias. Saudade de um passado que não volta mais, mas que, está fortemente cravado na minha alma e que jamais será esquecido.

Minha vida sempre foi cheia de altos e baixos, como: o primeiro e único 10 em matemática, a precoce morte do meu colega Trajano numa chuvosa manhã de segunda, o dia que inventei de fundar uma religião no colégio de freiras, as pitombadas que levava da irmã Helena por querer roubar jambo, prender o pé na correia da bicicleta, descobrir o mistério das assombrações no Santa Sofia, tocar na campanhia do vizinho e correr, jogar mamona com estilingue na casa do vizinho, brincar de incendiar a lagoa azul, operar imbuá, cavar uma piscina obedecendo minha irmã, brincar de lama com Virgínia, o medo de dormir e fingir passar mal pra ir para o sofá do quarto dos meus pais, chorar na missa, dividir a hóstia com amiga que não tinha feito primeira comunhão pra ela saber o gosto, a morte de Funaro, dar susto em Maria Pequena, embrulhar pedra com papel de confeito e distribuir, a partida do meu bode Roy para a fazenda, brincar de comando para matar e se jogar na grama da vizinha e tantas outras mas sempre sonhar e em cada um deles, uma viagem num universo criado apenas na minha cabeça.,

Hoje, no auge dos meus 34 anos, atuando como jornalista, não me esqueço por um só minuto, de que esse meu carinho pela data provenha do fato que eu nunca cresci e continuo uma criança feliz!

2 comentários:

Tacyana Viard disse...

Eu valorizo demais esses registros. Aliás, muitas vezes, sofro por ter tanto apego ao passado. Voltar a sentir o cheiro, àquela casa, ter inocência, achar que nosso problemão era ter que ir à escola...

saudade mesmo.

11 de outubro de 2010 às 21:59
Cau Torres disse...

34 anos físicos mas, a idade mental...
És uma eterna criança Galeguinha e este espírito infantil jamais sairá de você porque tens a tal "pureza" que falaste no início do texto.
Feliz dia das Crianças minha pequenina!

12 de outubro de 2010 às 03:41
 

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