quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Simples

Tenho a impressão de que o amor, não é simplesmente amor.
Se fosse tão simples, habitaria tão simplesmente em minha alma.
Se assim fosse, voaria comigo para um lugar que só eu sei onde fica
e nele, eu encontraria apoio num peito ofegante
e juntos riríamos dessas palavras tolas.

Se o amor, fosse simplesmente amor mesmo, de verdade,
não me deixaria sentir a falta de algo que nunca tive
não permitiria que, se quer, eu derramasse uma lágrima numa despedida.
Ele voaria comigo para o ninho mais próximo e me acariciaria com a delicadeza da mais diminuta pena
E juntos, dançaríamos nas colinas verdes e cochilaríamos na relva úmida e sentiríamos o cheiro do orvalho.

O amor não é simplesmente amor porque clama pelos lábios doces do sol a pureza do seu brilho;
È amor sim, porque não chora pela ausência do bem querer
e sim, personifica a sombra fosca e fria no calor dos dias quentes.


Mas o amor, simples assim, é, foi e sempre será amor
Que permite divagações existenciais quanto ao seu uso,
que manobra o entardecer dos dias tristes e chuvosos,
que, pura e simplesmente me ama assim, do jeito que sou
e que na sua simples pronúncia, dilacera minh´alma e desabrocha o cantar de uma poesia meramente banal.

Sim! O amor!

1 comentários:

Sabrina Valença disse...

que belo texto, erikinha!

19 de novembro de 2010 às 14:15
 

©2009Erika Valença | by TNB