sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ele está por toda parte




Tenho pensado muito em egoísmo.

Que ele está por toda parte não é novidade alguma, mas, o que tem me chamado atenção, é egoísmo quando não se tem noção que o pratica.

Explico melhor:
Exemplo 1, a brochante:
- amiga, deixa eu te contar....  ganhei meu dia.... (isso a pessoa já se acha o máximo porque tem uma informação supostamente interessante, pelo menos pra ela)
- fala logo, mulher, tô curiosa...
-Sabe quem vai fazer show aqui na cidade?
- hummmmmm Bonde do Tigrão? Renato e seus blue caps?
Sim, o egoísmo começa aí, a partir do momento que ela só cita os seus cantores favoritos.
- Não, amiga, quem vem é nada mais nada menos que FULANO DE TAL iuuupi, finalmente poderei ir a um show dele, não vejo a hora (pulos de alegria)
- Afe, EU não vejo graça em FULANO DE TAL.
Claro que a fã de Fulano de Tal, automaticamente, fica passada.
É aí onde vem um questionamento. Por que será que sempre o que importa é o meu EU? Ou seria eu muito tola em acreditar que ainda existe gente que se alegra com a alegria alheia, independentemente de gosto, mas sim pelo fato de ver alguém alegre?

Exemplo 2, a mal educada:
Logo cedo chega uma mensagem no celular com o seguinte texto:
“EU não aguento mais Fulana. Estou (EU) exausta.”
Por mais que se tenha necessidade de um desabafo, reza a cartilha de bons modos que cumprimentar as pessoas é fundamental e sinônimo de boa educação. Não é de bom tom vomitar desabafos sem pelo menos um cordial “bom dia”. Tudo depende da maneira como se fala e do tom que se “imprime” nos textos. Não falo de formalidade, mas de educação. Exemplo de mensagem, com o mesmo conteúdo, e que poderia ter sido utilizada: “Oi Fulana, bom dia! Preciso desabafar, não estou mais aguentando fulana, estou tão cansada” . Tudo fica mais leve. A receptora pode até estar com muitos problemas mas, com certeza,  se empenhará em responder ao SMS.

Exemplo 3, o sabe tudo competidor:
Esse tipo de egoísta a é aquele que nunca deixa a pessoa contar uma “história” sem querer se sobressair, se meter no meio, saber mais ou relatar circunstâncias melhores/piores do que a que você tenta falar. Não que seja necessário plateia, não, mas respeito. Agora, ilustrando:
Em um ambiente coletivo o cidadão chega todo falante:

Cena 1
- Gente, levei um tranca de uma moto no começo da rua. Eu vinha....
- Ah meu filho, a entrada dessa rua é realmente um caos um dia levei um tranca que só eu sei como to viva aqui pra contar.

Cena 2
-  Pense que eu estou com dor de cabeça
- Ah! Você não está... só eu sei a que eu tô

Cena 3
- Pessoal, eu comi um creme brulé tão.........
- Já comesse o do Bistrô Crackelado? É muito, mas muito melhor do que você possa imaginar. De comer chorando e rezando.


Bem, pode não parecer, mas tudo isso é egoísmo. Ele está por toda parte, em alguns momentos, disfarçado como lobo em pele de cordeiro, em outros, escrachado, ali na nossa cara, dançando cancan e a gente imaginando que se trata apenas de um caso de carência ou qualquer outro sentimento que nos dê pena. Se bem que, o melhor sentimento que se pode manifestar nessas situações é realmente pena. 

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